Psicodélico: Comentários sobre o parecer da ABP e da ABEAD sobre a ayahuasca

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Comentários sobre o parecer da ABP e da ABEAD sobre a ayahuasca

COMENTÁRIOS SOBRE O PARECER DA ABP E DA ABEAD SOBRE A AYAHUASCA

Rafael Guimarães dos Santos

Resumo
Este texto é uma crítica a um documento elaborado por duas associações envolvidas
em pesquisas sobre substâncias psicoativas, a ABP e a ABEAD, entitulado “Ayahuasca”. São
apontados erros e inconsistências neste parecer sobre a ayahuasca, uma preparação psicoativa
utilizada por vários grupos indígenas e não-indígenas com finalidades terapêuticas, mágicas e
religiosas.


Introdução
Em 2001, na reunião do Departamento de Dependência Química da Associação
Brasileira de Psiquiatria, durante o XIX Congresso Brasileiro de Psiquiatria, foi solicitado, em
função de um pedido da Secretaria Nacional Antidrogas, um parecer técnico-científico sobre a
ayahuasca, uma preparação psicoativa utilizada por grupos indígenas da Amazônia Ocidental
e também por instituições religiosas, sobretudo no Brasil. Este documento foi apresentado em
reunião do Conselho Nacional Antidrogas, em 2002 (1). O texto traz dados históricos,
antropológicos, jurídico-legais, psicológicos, farmacológicos e psiquiátricos sobre a
ayahuasca. Entretanto, uma leitura cuidadosa evidencia inconsistências e incorreções,
principalmente relacionadas à farmacologia e aos aspectos biomédicos da ayahuasca.
Nesta perspectiva, foi elaborado por médicos da União do Vegetal, uma das principais
religiões ayahuasqueiras, um texto contendo considerações a respeito do parecer (2). A partir
deste documento, desenvolvemos nossas observações, expostas, resumidamente, no presente
texto (ver Link Abaixo).

Material e Métodos
O presente texto foi elaborado através do estudo do parecer feito pela Associação
Brasileira de Psiquiatria – ABP e pela Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras
Drogas – ABEAD sobre a ayahuasca (1), da crítica não publicada a este parecer feita pelo
Departamento Médico-Científico do Centro Espírita Beneficente da União do Vegetal (2) e da
realização de uma revisão de literatura sobre a ayahuasca.

Resultados
Dentre as incorreções que chamam a atenção do ponto de vista das ciências humanas,
encontra-se no tópico “Ayahuasca e religião” a afirmação de que a União do Vegetal, umas das principais religiões ayahuasqueiras, não permite o uso de ayahuasca por pessoas que não
sejam membros já efetivos do grupo. Embora recebidos em número limitado, a União do
Vegetal permite sim o uso da preparação por não-membros (novatos) (3). No mesmo tópico,
ainda em relação à União do Vegetal, os autores afirmam que a instituição é contrária a uso
de drogas. Como, farmacologicamente, a ayahuasca também pode ser considerada uma droga,
seria conveniente detalhar quais drogas os autores estão se referindo ou modificar o conteúdo
da frase (por exemplo: contrária ao uso de drogas recreativas).

Ainda no mesmo tópico, se lê a afirmação de que o uso regular da Ayahuasca ocorre
raramente entre os indígenas, o que, além de ser falso, transmite a idéia de que os
consumidores não-indígenas “abusam” da sustância. Esta afirmação, embora possa ser
verdadeira para alguns grupos indígenas, não pode ser generalizada. Os Kaxinawá, por
exemplo, tomam a ayahuasca constantemente:

“Todos los varones cashinahua iniciados pueden beber ayahuasca. Su uso varía mucho;
algunos hombres no la beben nunca, otros la toman cada vez que se prepara una infusión.
Las ocasiones en que se toma ayahuasca no se dan normalmente más que una vez cada
varias semanas (...)”
(4).

O mesmo ocorrendo entre os xamãs Ashaninka:

“Los chamanes campa toman frecuentemente ayahuasca, y a menudo tienen a mano un
suministro de la droga”
(5).

Em relação aos “Aspectos Legais”, a parecer informa que em 1984, o governo
brasileiro acrescentou a Ayahuasca à sua lista de substâncias controladas. Entretanto, tal
acontecimento se deu em 1985 (Portaria 02/85 da Divisão de Medicamentos – DIMED) (6). Na
área farmacológica, as informações oferecidas sobre os mecanismos de ação da ayahuasca estão muitas vezes incorretas e desatualizadas, mesmo em relação às publicações disponíveis
na época da elaboração do parecer (7).

Em “Ayahuasca e farmacologia”, quando se referindo às substâncias presentes nas
espécies vegetais comumente utilizadas para produzir a ayahuasca, Banisteriopsis caapi e
Psychotria viridis, os autores defendem a opinião de que a primeira contém potentes
inibidores da MAO (monoamino-oxidase), as beta-carbolinas (harmalina, harmina e
tetrahidroharmina, THH) e que a segunda contém grandes quantidades de um único agente
psicodisléptico, o N, N dimetiltriptamina (DMT). Estas afirmações estão incompletas, pois
ignoram outras substâncias presentes tanto em Banisteriopsis caapi como em Psychotria
viridis.(7,8)

No mesmo tópico, afirma-se que a harmalina e a harmina são inibidores da MAO-A e
que a THH inibe a recaptação da serotonina, desencadeando um aumento da sua atividade
central e periférica, facilitando a psicoatividade da DMT. Aqui existem dois erros. Em
primeiro lugar, as beta-carbolinas têm uma preferência pela MAO-A ao invés da MAO-B, o
que é bem diferente de dizer simplesmente que elas são inibidores da MAO-A. Além disso,
existem dados que admitem a possibilidade de que, em altas concentrações, estas betacarbolinas
também poderiam inibir a MAO-B.(7)

Em segundo lugar, ao afirmar que a THH inibe a recaptação da serotonina,
desencadeando um aumento da sua atividade central e periférica, facilitando a
psicoatividade da DMT, encontramos um erro, pois ao se admitir o aumento dos níveis de
serotonina, a psicoatividade da DMT fica dificultada e não facilitada, pois a serotonina vai
competir com a DMT pelos sítios de ligação.(9) Erro semelhante ocorre quando se afirma que a
inibição da MAO é responsável pela potencialização dos efeitos do DMT, que compete com a
5-HT pelos receptores serotonérgicos como um agonista parcial. A presença de altas concentrações de serotonina na fenda sináptica poderia, em tese, impedir a ação do DMT.
Existe uma contradição e um erro nesta afirmação. Erra ao utilizar a palavra
“potencialização”, pois, na verdade, o aumento da função serotoninérgica irá dificultar os
efeitos da DMT. Depois é contraditória, pois afirma, corretamente, “que compete com a 5-HT
pelos receptores serotonérgicos como um agonista parcial”.(7,9)

Segundo o parecer, o mecanismo de ação da Ayahuasca começa com a inibição da
MAO pela harmina e, em menor grau, pela harmalina. A frase está errada e incompleta: a)
dos quatro principais alcalóides encontrados na ayahuasca, todas as três beta-carbolinas
(harmina, tetrahidroharmina [ou THH] e harmalina) possuem atividade inibidora da MAO (ou
IMAO); b) a harmina – provavelmente o principal responsável pala atividade IMAO da
ayahuasca – é a beta-carbolina mais abundante, com atividade IMAO equivalente ou
ligeiramente menor que a da harmalina que, embora possua uma atividade IMAO equivalente
ou ligeiramente maior que a da harmina, é encontrada apenas em traços na ayahuasca,
provavelmente não colaborando significativamente em sua farmacologia; c) a THH é, dentre
as três beta-carbolinas, a que possui a menor atividade IMAO, entretanto, é a segunda betacarbolina mais abundante; d) portanto, a combinação harmina/THH poderia ser suficiente
para produzir a atividade IMAO da ayahuasca.(10) Além disso, existem evidências de que a
THH seja, além de um IMAO, um fraco inibidor da recaptação de serotonina, o que poderia
prolongar a meia-vida da dimetiltriptamina (ou DMT).(7)

Quanto á farmacocinética da DMT, o parecer estabelece que a DMT fumada produz
um efeito mais potente e rápido que a via injetável. Encontram-se algumas imprecisões nesta
frase. Em primeiro lugar, parece que os autores estão se referindo à forma injetável
intramuscular, pois nos estudos investigados os sujeitos relataram que certas doses de DMT
administrada por via injetável intravenosa eram tão potentes e rápidas quanto as doses de
DMT fumada, e às vezes mais potentes.(11,12) Segundo os dados pesquisados, a administração
intramuscular de DMT costuma demorar pouco mais de 1 minuto para começar a produzir
efeitos, enquanto a forma fumada demora cerca de 15 a 30 segundos e doses altas de DMT
intravenosa demoram cerca de 30 segundos.(13)

Já em relação à farmacodinâmica, os autores defendem que a DMT tem afinidade
pelos sítios serotonérgicos 5-HT1A e 5-HT-2. Segundo dados recentes, os receptores seriam o
5-HT1A, 5-HT2A e o 5-HT2C.(14,15)

A respeito das contra-indicações, o parecer apresenta dados que confundem o leitor,
podendo desencadear prejuízos.

“Dado o perfil de efeitos inibitórios sobre a ação da MAO A, é contraindicado o uso da
bebida, concomitantemente ao uso de antidepressivos, especialmente os IMAO e ISRS.
Dentro do contexto religioso este efeito é controlado pelos xamãs com a prescrição de
dieta prévia ao uso da Ayahuasca, talvez em função de um conhecimentos empírico sobre
os alimentos ricos em tiramina. Caso contrário, o indivíduo pode apresentar uma
síndrome serotoninérgica, um quadro grave, que pode ser letal”.

Aqui existe uma confusão nos dados. O uso de certos medicamentos antidepressivos
juntamente com a ayahuasca pode resultar em uma crise serotoninérgica devido à inibição da
MAO juntamente com a inibição da recaptação de serotonina, logo, inibição dos dois
sistemas.(16) Isto é totalmente diferente das possíveis reações adversas causadas pelo excesso
de tiramina, que desencadearia um aumento da liberação de noradrenalina, o que pode resultar
em crises de hipertensão, por exemplo.(6) Embora as duas situações dependam da inibição da
MAO, no parecer elas aparecem como se fossem a mesma coisa, e não são.(2)

Outras imprecisões estão relacionadas com os efeitos agudos e crônicos da ayahuasca,
no tópico “Ayahuasca: estudos mais recentes”. Ao caracterizar o estado de consciência proporcionado pela bebida como um rebaixamento de consciência, o parecer menospreza as
publicações sobre o tema, pois o texto original de onde tal afirmação foi retirada fala de
“ampliação da consciência” e de “clareza sensorial” proporcionada pelo psicoativo.(2,17)

Os autores afirmam que foi encontrado um nível persistentemente elevado de receptores serotonérgicos no sangue periférico de indivíduos que tomavam a ayahuasca por pelo menos 10 anos. No estudo citado pelos autores para embasar suas conclusões, o resultado encontrado foi o aumento dos transporters, que são os sítios pré-sinápticos de captação de serotonina – uptake sites, e não simplesmente o aumento de “receptores”, o que pode confundir o leitor.(18)

O parecer, em suas “Considerações Finais”, ainda estabelece relações diretas entre este
dado e a existência de tolerância. Em primeiro lugar, não existe qualquer evidência, seja ela
científica ou não, do desenvolvimento de tolerância em relação à ayahuasca. Pelo contrário.
Embora, ao melhor de meu conhecimento, não existam estudos científicos sistemáticos sobre
esta questão, durante aproximadamente cinco anos realizei pesquisas de campo que seguiram
a metodologia de observação participante, onde ingeri a ayahuasca em praticamente todos os
rituais em que estive presente. Neste período, participei de rituais em diversos grupos
ayahuasqueiros, em vários estados do país, e observei que as doses servidas durante os rituais
não costumam variar muito e possuem um padrão, que se repete de maneira constante.
Também notei que vários consumidores diminuem a quantidade de ayahuasca com o passar
do tempo.

Além disso, não é correto interpretar os dados referentes ao aumento de sítios de
ligação como sendo evidências de tolerância. Conforme o artigo original, os autores afirmam
que estes achados não indicam a existência de um estado neurológico ou psiquiátrico
indesejável, nem devem ser mal interpretados como sendo indícios do desenvolvimento de
patologia neurológica e/ou psiquiátrica, pois os sujeitos da pesquisa apresentaram status
fisiológico e psiquiátrico normais.(18)

O parecer ainda faz afirmações não embasadas cientificamente sobre a inexistência de
uso seguro da ayahuasca. Não existem dados, científicos ou não, que corroborem esta
afirmação. Tanto as observações feitas por pesquisadores do governo brasileiro em
comunidades ayahuasqueiras, que resultaram nos pareceres favoráveis à legalização
(Conselho Federal de Entorpecentes – CONFEN: Resolução nº 6, 04/02/1986 e 5ª Reunião
Extraordinária, 02/06/1992; Conselho Nacional Antidrogas – CONAD: Resolução nº 4,
04/11/2004), como as pesquisas biomédicas, psicológicas e psiquiátricas existentes relatam
uma relativa segurança do uso ritualizado/ religioso da ayahuasca, pois não apresentaram
evidências de quaisquer danos entre os indivíduos pesquisados.(2,15,17,18,19)

Neste sentido, também é encontrada no parecer a opinião de que não existe uso seguro
de substâncias psicoativas e psicotrópicas. Esta frase está um tanto determinista e fatalista.
Além de menosprezar os controles e sanções sociais presentes em vários grupos humanos que
utilizam psicoativos há tempos (por vezes, há milhares ou centenas de anos) com relativa
segurança e com o mínimo de danos bio-psico-sociais, ignora o uso controlado de certas
substâncias psicoativas em nossa própria sociedade (como a cafeína, a nicotina e o álcool)
que, embora possuam o potencial para causar danos, podem ser utilizadas de forma
integradora e não-abusiva, reduzindo ao máximo estes possíveis danos.(2,,20,21,22)

Do ponto de vista terapêutico, o documento declara que não há nenhum relato
científico demonstrando a possibilidade do uso terapêutico da ayahuasca. Entretanto, embora
não existam estudos clínicos, realizados com a devida metodologia e rigor experimental,
demonstrando propriedades terapêuticas da ayahuasca, já existiam na época de elaboração do
parecer evidências, baseadas em pesquisas bioquímicas, psicológicas e psiquiátricas, de
potenciais terapêuticos da bebida. As seguintes referências possuem dados sobre possíveis
efeitos terapêuticos deste psicoativo:
• Significante ação anti-Trypanosoma lewisii, agente profilático contra a malária e
parasitas internos; (7)
• Efeitos anti-Trypanosoma cruzii (Doença de Chagas); (23)
• Aumento nos transportadores de serotonina nas plaquetas observado após longo uso da
ayahuasca. Há especulações de que esta observação possa reverter quadros de (a) alcoolismo
associado a comportamento violento e (b) comportamento suicida; (24)
• Terapia para adicção (abuso de álcool, tabaco, cocaína, anfetaminas); (19,24,25)
• Recuperação de quadros de depressão maior e ansiedade fóbica; (19)
• Relatos de cura ou melhora em alguns casos de câncer. Exploração dos possíveis
efeitos imunomodulatórios da ayahuasca, como remissões de cânceres e outras doenças,
longevidade e vigor físico ; (24,26)
• Possibilidade de desenvolvimento de tratamentos baseados em algumas substâncias
presentes na ayahuasca capazes de modular a expressão dos genes das proteínas
transportadoras (transporters) de serotonina. Por exemplo, no tratamento do alcoolismo,
depressão, autismo, esquizofrenia, desordem de déficit de atenção por hiperatividade e
demência senil. (24,27)

Discussão e Considerações finais
Dada a relevância das opiniões de instituições como a Associação Brasileira de
Psiquiatria e a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas nos meios
acadêmicos, na saúde pública e na sociedade em geral no que se refere a informações,
atuações e políticas envolvendo substâncias psicoativas, o parecer merece uma revisão e
atualização, pois pode influenciar erroneamente a opinião pública e profissional sobre o
consumo da ayahuasca no Brasil e no mundo. Além disso, pode prejudicar os indivíduos e
instituições que fazem uso deste psicoativo.
Cor do texto
Considerando a importância e a representatividade destas instituições acima citadas e a
polêmica que envolve o assunto, faz-se necessário corrigir os erros e incoerências presentes
no parecer. Tal assunto deve ser atualizado cientificamente, levando-se em consideração a
realidade bio-psico-social do consumo de psicoativos e, especificamente, da ayahuasca.

Referências bibliográficas
1 Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, Associação Brasileira de Estudos do Álcool e
outras Drogas – ABEAD. Ayahuasca. Boletim eletrônico da ABEAD. [serial on the Internet].
2001 [cited 2006 Aug 08]; 21:[about 20 p.]. Available from:
http://www.viverbem.fmb.unesp.br/docs/Consenso%20AYAHUASCA%204.doc

2 Brito GS, Pereira, OCC. Considerações a respeito do Parecer Ayahuasca, da Associação
Brasileira de Psiquiatria/ Associação Brasileira de Estudos em Álcool e Drogas
(ABP/ABEAD). Departamento Médico-Científico do Centro Espírita Beneficente da União
do Vegetal. Documento inédito não publicado. 2002.

3 Labate, BC. Dimensões legais, éticas e políticas da expansão do consumo da ayahuasca. In:
Labate, BC, Goulart, SL, organizadores. O uso ritual das plantas de poder. Campinas:
Mercado de Letras; 2005. p. 397-457.

4 Kesinger, KM. El uso del Banisteriopsis entre los cashinahua del Perú. In: Harner, M.
Alucinógenos y chamanismo. Madrid: Punto Omega; 1976. p. 20-25.

5 Weiss, G. Chamanismo y sacerdocio a la luz de la ceremonia del ayahuasca entre los campa.
In: Harner, M. Alucinógenos y chamanismo. Madrid: Punto Omega; 1976. p. 51-58.

6 MacRae, E. Guiado pela Lua: Xamanismo e uso ritual da ayahuasca no culto do Santo
Daime. São Paulo: Ed. Brasiliense; 1992.

7 McKenna, DJ, Callaway, JC, Grob, CS. The scientific investigation of Ayahuasca: a review
of past and current research. The Heffter Review of Psychedelic Research [serial on the
Internet]. 1998 [cited 2006 Aug 08]; 1:[about 12 p.]. Available from:
http://www.heffter.org/review/chapter10.pdf

8 Spinella, M. The psychopharmacology of herbal medicine: plant drugs that alter mind, brain
and behavior. Londres, Inglaterra: The MIT Press; 2001.

9 Ott, J. Pharmahuasca: on Phenethylamines and Potentiation. MAPS Newsletter [serial on the
Internet]. 1996 [cited 2006 Aug 08]; 6(3):[about 4 p.]. Available from:
http://www.maps.org/news-letters/v06n3/06332ott.html

10 McKenna, DJ, Towers, GHN, Abbott, F. Monoamine oxidase inhibitors in South American
hallucinogenic plants: tryptamine and -carboline constituents of Ayahuasca. J
Ethnopharmacol. 1984; 10: 195-223.

11 Strassman, RJ, Qualls CR. Dose-response study of N,N dimethyltryptamine in humans: I.
Neuroendoctrine, autonomic, and cardiovascular effects. Arch Gen Psychiatry. 1994; 51(2):
85-97.

12 Strassman, RJ, Qualls, CR, Uhlenhuth, EH, Kellner, R. Dose-response study of N,Ndimethyltryptamine in humans: II. Subjective Effects and Preliminary Results of a New
Rating Scale. Arch Gen Psychiatry. 1994; 51(2): 85-97.

13 Strassman, RJ. DMT: the spirit molecule. Rochester, Vermont: Park Street Press; 2001.

14 Smith, RL, Canton, H, Barret, RJ, Sanders-Bush, E. Agonist properties of N, Ndimethyltryptamine at 5HT2A and 5HT2C serotonin receptors. Pharmacol Biochem Behav.
1998; 61(3): 323-30.

15 Riba, J, Rodrigues-Fornells, A, Urbano, G, Morte, A, Antonijoan, R, Monteiro, M et al.
Subjective effects and tolerability of the South American psychoactive beverage Ayahuasca in
healthy volunteers. Psychopharmacol (Berl). 2001; 154: 85-95.

16 Callaway, JC. Another warning about harmala alkaloids and other MAO inhibitors. MAPS
Newsletter [serial on the Internet]. 1994 [cited 2006 Aug 08]; 4(4):[about 1 p.]. Available
from: http://www.maps.org/news-letters/v04n4/04458mao.html

17 Callaway, JC, McKenna, DJ, Grob, CS, Brito, GS, Raymon, LP, Poland, RE et al.
Pharmacokinetics of Hoasca alkaloids in healthy humans. J Ethnopharmacol. 1999; 65: 243-
56.

18 Callaway, JC, Airaksinen, MM, McKenna, DJ, Brito, G, Grob, CS. Platelet serotonin
uptake sites increased in drinkers of ayahuasca. Psychopharmacol. 1994; 116: 385-7.

19 Grob, CS, McKenna, DJ, Callaway, JC, Brito, GS, Andrade, EO, Oberlaender, G et al.
Farmacologia humana da hoasca: efeitos psicológicos. In: Labate, BC, Araújo, WS,
organizadores. O uso ritual da ayahuasca. Campinas: Mercado de Letras; 2004. p. 653-69.

20 MacRae, E. The ritual and religious use of Ayahuasca in contemporary Brazil. In: Taylor,
W, Stewart, R, Hopkins, K, Ehlers, S, organizadores. DPF XII Policy Manual. Washington:
The Drug Policy Foundation Press; 1999. p. 47-50.

21 MacRae, E, Simões, JA. Rodas de Fumo: O uso da maconha entre camadas médias urbanas.
Salvador: EDUFBA; 2000.

22 Labate, BC, Goulart, SL, organizadores. O uso ritual das plantas de poder. Campinas:
Mercado de Letras; 2005.

23 Pomilio, AB, Vitale, AA, Ciprian-Ollivier, J, Cetkovich-Bakmas, M, Gómez, R, Vásquez,
G. Ayahoasca: an experimental psychosis that mirrors the transmethylation hypothesis of
schizophrenia. J Ethnopharmacol. 1999; 65: 29-51.

24 McKenna, DJ. Clinical investigations of the therapeutic potential of ayahuasca: rationale
and regulatory challenges. Pharmacol Ther. 2004; 102: 111-29.

25 Labigalini, E. O uso de ayahuasca em um contexto religioso por ex-dependentes de álcool -
um estudo qualitativo [dissertation]. São Paulo (SP): Universidade Federal de São Paulo;
1998.

26 Topping, DM. Ayahuasca and cancer: one man’s experience. MAPS Newsletter [serial on
the Internet]. 1998 [cited 2006 Aug 08]; 8(3):[about 5 p.]. Available from:
http://www.maps.org/news-letters/v08n3/08322top.html

27 Jace Callaway, Ph.D. Departamento de Farmacologia e Toxicologia, Universidade de
Kuopio, Finlândia. Comunicação pessoal por e-mail. 2004.

Este texto deve ser citado como: SANTOS, R.G. Comentários sobre o parecer da ABP e da ABEAD sobre a ayahuasca. Núcleo de Estudo Interdisciplinares sobre Psicoativos – NEIP, 2006. Disponível em www.neip.info.

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